Estudos Ecológicos
Responsável - Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra
Tarefa 1 - Avaliação da composição florística inicial.
De forma a avaliar quais as espécies invasoras com potencial interesse de serem testadas para compostagem, levou-se a cabo uma avaliação prévia da composição florística invasora da área de controlo (Figura 1). Foi também objectivo, inventariar a flora nativa, para assim averiguar a capacidade de recuperação, através da re-colonização por espécies nativas, exóticas e invasoras, das áreas onde as espécies invasoras foram controladas.
As espécies invasoras identificadas como tendo potencial de serem testadas para compostagem foram Acacia longifolia (Acácia-de-espigas), Acacia melanoxylon (Austrália) e Acacia mearnsii (Acácia-negra), sendo que no processo de compostagem foi maioritariamente utilizada a acácia-de-espigas tendo em conta a sua predominância na zona de intervenção.
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Tarefa 2 - Avaliação do banco de sementes de Acacia spp.
O potencial de re-invasão a partir de sementes existentes no solo é um dos principais problemas após a limpeza de uma área invadida. A abertura do coberto vegetal e o movimento de terras estimula a germinação do banco de sementes.
Com isto em mente, considerou-se necessário avaliar o banco de sementes do género invasor dominante (Acacia spp.). Para tal, foram colhidas amostras de solo antes da limpeza da área (pré-controlo) e sensivelmente 20 meses após a limpeza da área (pós-controlo) para quantificar o número de sementes de Acacia spp. Os resultados mostraram um elevado risco de re-invasão a partir de germinação das sementes existentes no banco de sementes da área intervencionada.
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Tarefa 3 - Estudo da viabilidade de sementes das pilhas de compostagem.
De forma a verificar se o composto final pode funcionar como vector de dispersão de sementes das espécies invasoras utilizadas, levou-se a cabo um ensaio para testar a germinabilidade e a viabilidade de sementes provenientes das pilhas de compostagem.
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Tarefa 4 - Impacte do solo invadido na flora nativa.
Com esta tarefa, pretendia-se estudar a fertilidade do solo, de forma a avaliar, por um lado, alterações promovidas por Acacia spp. a este nível e, por outro lado, possíveis implicações das alterações promovidas a nível do solo na recuperação das áreas invadidas após o controlo das espécies invasoras.
Uma vez que a área de intervenção seleccionada para a recolha de material para compostagem não tem significativo interesse do ponto de vista da recuperação ecológica, optou-se por fazer a avaliação do solo e experiências associadas numa área com características comparáveis, mas com maior interesse de conservação (Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto). Foram realizadas amostragens de solo e montada uma experiência de soil-feedback.
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Tarefa 5 - Avaliação da composição florística ao longo do tempo.
De modo a avaliar o desenvolvimento da composição florística após a limpeza da área de intervenção, foram sendo feitas monitorizações através de saídas de campo periódicas de 3 em 3 meses, começando em Julho de 2011 e terminando em Maio de 2013.
Os principais objectivos destas monitorizações foram avaliar o desenvolvimento da cobertura vegetal ao longo do tempo, avaliar a riqueza vegetal específica e fazer um seguimento das touças de Acacia longifolia e Acacia melanoxylon, registando a presença ou ausência de rebentos, o seu número, vigor, altura máxima e se proveniente de tronco ou raiz.
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Tarefa 6 - Avaliação das metodologias de controlo.
De forma a avaliar a capacidade de re-invasão da área intervencionada por rebentamento de touça, pretendia-se seleccionar e avaliar as metodologias de controlo mais apropriadas para as espécies invasoras presentes. No entanto, tendo em conta os objectivos principais da empresa (obtenção de material para compostagem viável economicamente), o menor custo em termos de operacionalização no terreno, e a expectável reduzida taxa de rebentamento de touça após corte da espécie invasora dominante (Acacia longifolia), apenas se utilizou o corte raso, com motosserra, sem aplicação de herbicida na touça.
Estabeleceram-se parcelas onde se aplicaram diferentes metodologias de controlo continuado ao nível dos rebentos. Como expectável, as touças de indivíduos de Acacia melanoxylon apresentaram, desde a primeira monitorização, rebentos de touça vigorosos. Numa das parcelas de monitorização esses rebentos foram consecutivamente arrancados de forma a avaliar a resposta da touça, ao passo de que em outras parcelas os rebentos foram mantidos. Ao fim de cerca de 2 anos, as parcelas não intervencionadas apresentam rebentos com mais de 3 metros de altura, ao passo de que a parcela onde os rebentos foram sendo arrancados apresenta uma taxa de rebentação de touça próxima dos 10%.
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